22 de mai. de 2010

Homens que Encaravam Cabras (2009)

The Men Who Stare at Goats, EUA
Qualquer comédia que seja lançada no mercado é um projeto bastante arriscado, pois agradar tudo mundo é impossível. Atire a primeira pedra aquele que detestou um filme que todo mundo - público e crítica - apreciou. O negócio nesse ramo do cinema funciona de uma maneira bem simples: arriscando. Não só arriscar em lançar o filme, nesse contexto é arriscar na produção propriamente dita, sem tornar-se restringido por medo, pelo que as pessoas vão gostar. É necessário apenas que o carinha saiba que o público em geral vai para o cinema pra se divertir mesmo, não ficar parado vendo algo forçado.



Algo que você não encontrará em Homens que Encaravam Cabras é essa sensação de que tudo foi feito pra te arrancar gargalhadas. O filme de Grant Heslov, na verdade, nem parece uma comédia no início. Somente aos poucos ele vai entregando a trama envolvente e diferenciada (não estranha), os personagens caricatos propositalmente e o roteiro recheado de um humor bem discreto. A trama chega a ser absurda às vezes, realmente; mas se olhar por um lado perceberá que foi a melhor forma que o diretor encontrou para contar sua história. Técnica, por sinal, bem utilizada durante todo o filme, mesmo que o final beire ao absurdo. Ok, provavelmente a intenção era causar aquela sensação de crer no impossível. Na realidade Heslov cria um final bem pessoal, não para si e sim para o espectador. Cabe a este último interpretar a última sequência protagonizada por Ewan McGregor.

É inegável que o filme é atraente. Mais pelo título bastante inusitado que atiça a curiosidade e também, é claro, pelo número de rostinhos conhecidos e consagrados no elenco. Entre eles dois ganhadores do prêmio da Academia (Spacey e Bridges), o cara que tem se envolvido em filmes de pouco destaque (McGregor) e o ator que está no auge de sua carreira e nos entrega a melhor atuação do filme (Clooney - também ganhador do Oscar, como coadjuvante).

O filme inicia sem muito alarde para uma comédia como já foi falado. Deparamos-nos com Bob Wilton (Ewan McGregor), um jornalista bem sucedido que é largado pela esposa. Este motivo serve como válvula de escape para que Bob decida “ir para a guerra”, segundo suas próprias palavras. Depois de uma ótima - embora simples - sequência de créditos entramos finalmente no espírito do filme e nos deliciamos com a trama, tendo como consequência risos altos e imperceptíveis apenas por nós mesmos. Ou seja, a qualidade é tão boa que nos desligamos do mundo para ter total atenção ao que se passa na tela. Coisa que não acontece na maioria dos filmes laçados cuja vontade é que acabe logo de uma vez.

Já no Iraque ele se arrepende inicialmente da decisão que tomou até conhecer o soldado Lyn Cassady (George Clooney) de um setor secreto do exército, que parece ser o homem perfeito para ajudá-lo a conseguir o trabalho de sua vida. Membro do Projeto Jedi, que usa os poderes paranormais para combater o inimigo, Cassady revela estar em uma missão secreta no Iraque, e aceita levar Bob com ele. Durante a viagem, o oficial revela a origem do batalhão, criado por Bill Django (Jeff Bridges), um soldado hippie em busca da paz. Para atingir o fim da guerra, os membros da equipe não usam armas, mas poderes especiais, como o de atravessar paredes, adivinhar o futuro e, até mesmo, matar apenas com o olhar, coisas absurdas segundo a concepção de Bob e, convenhamos, segundo a concepção de todo mundo. Porém, um dos membros, Larry Hooper (Kevin Spacey), acredita que pode conseguir muito mais com esta ideia, ameaçando os planos de paz de Django.

Com todos os atores em ótimos papéis, Grant Heslov entrega com muita sutileza o que parece ser a comédia do ano. Para alguns o filme pode ser apenas mais um entre tantos outros do gênero que lutam para conseguir atenção. Porém, creio que o filme agrada a todo mundo mesmo que seja em proporções diferentes.

█ █ █ De Grant Heslov, com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges, Kevin Spacey. 94 min.

8 comentários:

  1. O senso de humor desse filme lembra bastante o Joseph Heller e seu Ardil 22, que virou filme pelas mãos do Mike Nichols.

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  2. Mesmo que interessante em algumas ideias, para mim essa foi mais outra tentativa frustrada de unir comédia a filme de guerra.

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  3. Já tinha ouvido comentários do tipo de Vinícius aí em cima, e o seu (estudado por um outro ângulo) me permitiu uma pré-análise mais justa de quando for vê o filme.

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  4. Comédia não faz o meu estilo. Mas quando está sendo bem recebida, talvez mereça meu apreço! Sou chato! hehehe

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  5. Espantalho, eu não vi "Ardil 22" mas vou atrás já que gosto muito de Mike Nichols.

    Vinícius, eu discordo. Gostei bastante de tudo e estou louco para ler o livro! :D

    Luis, veja. Eu recomendo pra todo mundo!

    Robson, eu também sou um chato para filmes de comédia (e de terror também). Eu fico rindo por qualquer besteira mas quando é filme o assunto é diferente. Esse filme conseguiu me agradar, o que é bem difícil para mim em relação à comédias.

    Abraço.

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  6. Quero muito ver este filme. Pelo elenco e pelo tema, irreverente e original.

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  7. Já pelo título começo a dar umas risadinhas. Estou curiosa! rsrs.

    Beijos! ;)

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  8. Wally, vá atrás imediatamente do filme. São 94 minutos que valem a pena.

    Mayara, o título desperta uma curiosidade gigantesca, não?

    Abraço!

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