24 de fev. de 2011

127 Horas (2010)

127 Hours, EUA, Inglaterra
Um jovem bem sucedido larga tudo e parte sozinho para ir viver uma aventura na natureza, não informando a ninguém aonde vai ou quando volta pra casa. A premissa de 127 horas me faz lembrar o personagem de Emile Hirsch em Natureza Selvagem, mas os filmes seguem caminhos bem distintos e cada um tem suas qualidades.



127 horas é mais um filme claustrofóbico que mergulha na mente de um ser humano consumido pelo desespero de querer sobreviver. O mais recente filme do gênero Enterrado Vivo foi além de cumprir seu papel. É um grande desafio manter o público com os olhos fixos na tela de um filme que teoricamente se passa em um cenário. Para evitar o tédio Danny Boyle interpola as cenas entre flashbacks e alucinações do personagem. Algo necessário já que o filme não é completamente claustrofóbico e tem seu primeiro ato com um Aron Ralston “livre”. O principal objetivo que o filme quer alcançar só começa quando o título surge. Se o público foi apresentado a um personagem que podia se deslocar para qualquer lugar, restringir esse personagem é algo repentino e forçado, por isso o uso constante dos flashbacks. Boyle, porém usa isso muito bem a seu favor nos momentos certos e necessários.

Preenchendo cenas também com a ótima trilha sonora de A. R. Rahman, 127 horas carrega seu espectador ao desespero muito pelo extremo realismo que Boyle entrega seu longa. Repetindo parcerias, além do compositor Rahman, o diretor trabalha novamente com o roteirista Simon Beaufoy e o fotógrafo Anthony Dod Mantle (trabalhando junto com Enrique Chediak), a diferença mais notável da equipe técnica é o editor Jon Harris e a menção ao Oscar é completamente necessária e não surpreenderia se vencesse essa categoria.

A montagem de 127 horas é tão espetacular que pode ser, depois da direção, o que mais agrada na produção. Óbvio que o grande carisma de James Franco influencia isso também. Sua atuação é ótima sendo bem convincente principalmente em momentos de desespero do personagem. É notável o quanto ele foi dedicado ao papel de Aron, o quando ele transforma a trama factual. Danny Boyle que não tem medo de ousar, prova disso é na cena mais chocante do filme, onde montagem, trilha sonora, atuação e direção funcionam tão perfeitamente que dão esperança para o cinema aos cinéfilos. Um trabalho tão espetacular de direção não deveria ser tão ignorado. Trata-se de um filme feito porque evidentemente faz cinema por amor. 127 horas é a certeza de que o ousado quase sempre funciona e não há nenhuma restrição, nenhum medo, só a vontade de fazer um grande filme. E bom que essa vontade se concretiza.

█ █ █ █ De: Danny Boyle, com James Franco, Kate Mara, Amber Tamblyn, Clémence Poésy. 94 min.

2 comentários:

  1. O excesso de expectativa ao redor desse filme, me causou uma decepção muito grande - apesar da excelente interpretação de James Franco, o filme deixa a desejar.

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  2. Depois de quase 15 minutos, achei o filme uma experiência agoniante, de uma torcida para que o cara saisse da maldita pedra naquele dia mesmo. Mas, enfim, gostei muito da fotografia e da atuação do James Franco.

    Beijos! ;)

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